segunda-feira, maio 28, 2007

Ir à missa... mas não por obrigação

Há três semanas que estou em casa. Tenho estado doente. As coisas estão a correr bem, não se preocupem. Durante este tempo senti algo muito especial. A comunhão espiritual.

Como não tenho podido sair de casa, não tenho ido à missa... na igreja. Mas, vou mesmo aqui em casa. Ao domingo, de manhã, tenho assistido à Eucaristia através da televisão. Faço tudo como se estivesse na igreja. Tem sido óptimo. Sinto que Deus Pai me dá a comunhão na mesma. Afinal, ele sabe que não vou à igreja porque não posso mesmo.

Às vezes, em conversas sobre religião, há pessoas que olham deconfiadas para mim quando falo que gosto imenso de ir à missa e que quando estou doente e não posso sair faço questão de a celebrar em casa. Há vários comentários, mas o mais habitual é "não precisamos de ser muito obcecados".

A minha reacção é só uma: "A Eucaristia alimenta o espírito como o pão alimenta o corpo. Quando estamos na missa, perante Jesus e toda a comunidade de fiéis, estamos em comunhão com Deus Pai e com os nossos irmãos em Cristo. A partir do momento em que percebi que isto é o mais importante e que a Eucaristia nos alimenta para irmos em missão ajudar o próximo com oração, palavra e acção, senti que a missa fazia sentido. Faz tanto sentido que não vou à missa todos os domingos por obrigação. Vou por amor a Deus Pai."


Podemos não gostar muito do coro ou do padre, mas o mais importante é a comunhão. É receber Jesus. Acho que o grande problema da missa é que não compreendemos muito bem o que vamos lá fazer. Se calhar devíamos falar mais da importância deste sacramento...

quarta-feira, maio 23, 2007

Campanha Darfur

Já ouvi pessoas a dizerem que temos de ajudar Portugal e não o Darfur. O nosso país também tem muitas pessoas a precisarem de ajuda.

É verdade que temos, mas o amor é infinito. Podemos ajudar os de cá e os de lá. Afinal, somos ou não todos filhos de Deus? Somos ou não todos seres humanos?

Os missionários combonianos têm projectos de ajuda a nível nacional e internacional. Lá está! O Amor é muito grande. Para quem é cristão, não se esqueça que ser cristão é estar em união com todos os povos. Vamos ajudar estes nossos irmãos. Não custa nada.

domingo, maio 20, 2007

A Tragédia do Darfur


20 euros. Sabem para que serve esta quantia? Para dar material escolar e uma sandes diária a uma criança do Darfur durante 3 meses. Muitas vezes, esta sandes é a unica refeição que têm por dia. O Darfur, para quem não sabe, é uma região do Sudão, em África, onde está a acontecer um genocídio. Não há comida, água, segurança, os desalojados são cada vez mais e as organizações e instituições humanitárias não têm mãos a medir.

A situação é muito grave. Como sabem faço parte do grupo Fé e Missão dos Missionários Combonianos. Um dos missionários que partiram para fora, está em Nyala, no Sudão. Ele pede ajuda urgente. As crianças e as mulheres são violadas e os acordos de paz não são respeitados. Por detrás de tudo isto está uma guerra entre os janjaweed (árabes) e os baggara (não árabes) que começou em 2003. Infelizmente, não se tem dado muita atenção a esta catástrofe, apesar de o Goveno sudanês já ter sido acusado pela ONU de cometer genocídio, um crime contra a Humanidade.

Como cristãos devemos ser cidadãos do mundo. Os Missionários Combonianos têm uma campanha para angariar fundos, mas também para divulgar e pedir às pessoas que rezem por estes nossos irmãos em Cristo. Em http://feemissao.blogspot.com/index.html#5918610998504689768 ficam a conhecer um pouco mais sobre o Darfur e esta campanha. Neste link podem também ver, no lado esquerdo, um vídeo onde retrata o que se passa lá e onde dá testemunho do missionário comboniano que está a tentar ser uma gota de água entre estes irmãos em Cristo.

Ajudem como poderem: fazendo uma doação em dinheiro, divulgando nos vossos blogs e entre os amigos, rezando. O importante é ajudar. Já morreram mais de 400 mil pessoas.

segunda-feira, maio 14, 2007

Ai, o sofrimento!

Por que razão temos de sofrer? Esta é a pergunta que há-de sempre atormentar a alma das pessoas. Penso que não há propriamente uma resposta muito conceta. O que a Palavra de Deus e a experiência de vida me têm ensinado é que tudo tem uma razão de ser. Nem sempre compreendemos certos acontecimentos à primeira vista, alguns nem sequer viremos a compreendê-los, só sei que sinto cada vez mais que se o Pai permite o sofrimento, é porque há uma razão bem específica. Nem sempre é fácil pensar assim. É algo que se vai construindo no nosso coração à medida que estamos mais com o Pai em oração, silêncio, diálogo, nos sacramentos, na leitura da Sua Palavra...

A vida não tem sido fácil, mas tenho sentido que é nos piores momentos que aprendo as maiores lições de vida. Tal como Jesus disse, naõ sofremos apenas pelas asneiras que fizémos. Há muitos inocentes que sofrem. O cego de nascença que Jesus curou também era cego para, ao fim de muitos anos, mostrar a glória de Deus.
Como diz a sabedoria popular, “Deus escreve direito por linhas tortas”. Ou como diz a Sua Palavra “se o mundo vos odeia, reparai que antes que a vós, me odiou a Mim. Se viésseis do mundo, o mundo amaria o que é seu;mas, como não vindes do mundo, pois fui Eu que vos escolhi no meio do mundo, por isso é que o mundo vos odeia” (Jo15, 18-19)

Se calhar sofremos mais por que achamos que Deus nos vai dar tudo de bom já nesta vida. Mas não é assim. Ele pede para ascendermos à vida eterna. È nessa que esperamos toda a felicidade. Enquanto cá estamos, resta-nos a força e a consolação de que “...dou-vos a minha Paz. Não é como a dá o mundo” (Jo 14, 27-28). Isto é, o Pai dá-nos a Paz para enfrentarmos este mundo cheio de sofrimento. Não nos dá já a felicidade total. O nosso livre-arbítrio permite-nos fazer coisas muito boas, mas também permite fazermos muitas asneiras. Neste mundo, a felicidade total é impossível.

Se estás a sofrer, força! Não esqueças que o Pai te quer dar a Sua Paz para que enfrentes as dificuldades com uma maior leveza.

sexta-feira, maio 11, 2007


Adorar apenas a Deus Pai

Estamos no mês de Maria. São muitos os peregrinos que estão a caminho de Fátima. Rezemos por eles.

Há, no entanto, uma questão que não deve ser esquecida. Maria dá-nos um exemplo magnífico com a sua mansidão, humildade e generosidade, mas não nos podemos esquecer que, como diz o primeiro mandamento:"Adorar apenas a Deus". A própria Maria disse nas Bodas de Canaa: "Fazei tudo o que Ele vos disser". Ela intercede por nós e dá-nos um bom exemplo de como se deve dizer "sim" a Deus Pai, mas não é Deus. Sem Ele não consegue fazer nada. Os milagres são de Deus. Maria apenas intercede. Aliás, quem diz Maria, diz também todos os santos.

Não pensem que estou a menosprezar Nossa Senhora e os santos. Não! Como disse, ela é um óptimo exemplo para seguirmos o caminho de Jesus Cristo. Só chamo a atenção para esta questão, porque vejo muitas pessoas - muitas por desconhecimento das Escrituras, outras de forma inconsciente - que louvam mais Maria do que Jesus, tratando-a como se fosse Deus Pai. O mesmo acontece com os santos. As pessoas agradecem a Maria e aos santos por terem alcançado determinada graça, mas esquecem-se que o agradecimento também deve ser dado a Deus Pai. Afinal, Ele é que ouviu as suas intercessões e foi quem nos deu a graça. Por que razão há-de ser esquecido?

Olhemos para Maria e para os santos como os nossos ajudantes e os ajudantes de Deus Pai. Eles próprios assim o diziam, por palavras e acções. Não os estamos a reduzir ou a menosprezar por o fazermos. Estamos apenas a seguir a vontade de Deus Pai: "Adorar apenas a Deus!"

segunda-feira, maio 07, 2007

Amor atrai amor

Tinha 12 anos, se não me engano. Na escola onde andava havia uma rapariga que vivia zangada com o mundo. Todos nós tínhamos medo dela. Ninguém lhe podia dizer nada. Pessoalmente, cada vez que a via, afastava-me com medo que sobrasse para mim.



Um dia, estávamos na sala de convívio e eu, ao virar-me, não percebi que tinha alguém atrás de mim e pisei a pessoa. A minha primeira reacção foi pedir desculpa. Mal tive tempo de pedir desculpa, quando vejo que a pessoa que tinha pisado era essa rapariga. Gelei. Pura e simplesmente. Mas, ao mesmo tempo reagi calmamente. Olhei para ela sem medo. Era mesmo Deus com a Sua maozinha. Medrosa como era na altura, não conseguiria manter aquele olhar calmo se não fosse a ajuda Dele.



Primeiro olhou para mim com olhos de má, pronta a disparar mil e uma ofensas, mas depois, como viu que não tinha medo e olhava para ela normalmente, disse, muito calmamente, "Não faz mal!".


Isto foi verdade. Não se trata de uma estória inventada. Já passaram muitos anos, mas não me consigo esquecer deste momento em que o Pai me mostrou que amor atrai amor. Pode não ser logo à primeira como neste caso, mas o amor acaba por vencer, derrubando muitas barreiras que instalamos no nosso coração. Como Jesus nos ensinou, a política "olho por olho, dente por dente" deu lugar ao "amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei".

terça-feira, maio 01, 2007

Alegria Cristãos!

Não sei o que pensam sobre o assunto, mas não acham que as nossas missas e outras celebrações religiosas podiam ser mais alegres?

Sei que esta é uma questão que levanta alguma polémica, mas sinceramente quando vejo povos, como os africanos, com missas tão alegres, sinto que as nossas celebrações são demasiado murchas. Eu sei que se trata de uma questão cultural, mas acho que devíamos mostrar mais alegria quando, por exemplo, se canta o Glória, o Aleluia... Enfim, há momentos para estarmos em silêncio, para termos uma postura mais calma, mas também há outros que deviam ser alegres. Afinal, Jesus é alegria. O nosso Glória costuma ser tão pouco alegre... Se glorificamos a Deus Pai, se damos a paz de Cristo aos nossos irmãos em Cristo devemos estar contentes. Claro que não nos devemos comportar como se estivéssemos numa discoteca, mas devíamos ser mais expressivos.

Pode haver respeito e alegria. Uma coisa não impede a outra. Se há povos que conseguem, nós também conseguimos.