domingo, agosto 26, 2007

Férias em missão

Este ano tive umas férias diferentes. Acabei de chegar de uma Semana de Encontro Com das Missionárias Combonianas. Foi uma semana de encontro num bairro de barracas.


Foi muito especial. No meio do desprezo e da indiferença de uma boa parte daquela cidade, vivem pessoas, como tu e eu, que têm os mesmos problemas que tu e eu que vivemos em casas que não são barracas. Antes de ir para lá, só me diziam:"Tens a certeza? Não sais de lá com roupa. Tu és maluca!". Há problemas, é verdade, mas nos bairros de prédios também os há. Só que num bairro de lata é mais fácil apontar o dedo... Enfim, todos nós temos de evitar o preconceito. O remédio para isso: conhecer melhor as outras culturas, a realidade da situação e, por que não, ajudar outros a verem que o preconceito não leva a lado nenhum...


Como dizia, trata-se de um bairro desintegrado do resto da sociedade, com muito má fama, mas que, tal como nos prédios, vivem lá pessoas que têm problemas como nos outros bairros de betão. Há os mais pobres, os que têm uma vida melhor... Enfim, a diferença é que neste bairro há entulho, canos de esgoto onde as crianças brincam, terra batida que nos suja os pés, grupos de jovens que lutam entre si até se magoarem a sério...


Mas também há muitas coisas que não existem nos nossos bairros "bonitos". Há muitas crianças, com sorrisos lindos, há pessoas que te acolhem de braços abertos sem se preocuparem se avisaste ou não que os ias visitar e há uma fé e um amor por Deus que ultrapassa fronteiras , apesar do sofrimento.


Não pensem que chegámos lá com bens materiais. Fomos de mãos vazias e com Jesus Cristo dentro de nós. Dei muito, mas recebi ainda muito, muito mais. Aprendi que o preconceito se espalha facilmente e se instala nos nossos corações rapidamente, sem nos fazer pensar e como é importante sensibilizar e dar a conhecer outras culturas para que impere o respeito e a fraternidade. Aprendi também como é bom viver junto de pessoas que estão atentas e que nos dão uma mão amiga mesmo sem dizermos que precisamos da sua ajuda. Vi como Jesus Cristo é muito mais bonito no rosto de quem precisa de uma mão amiga, de um consolo, de uma palavra de carinho...


No final, apetece-me dizer: "Obrigado, Pai, por teres permitido certos sofrimentos na minha vida. Foram muito duros, mas permitem-me, agora, olhar com mais atenção para quem está a sofrer, a amar mais e melhor, a abraçar com mais força... Obrigado, pois sem a Tua Luz, Amor e Misericórdia nada disto seria possível. Amo-Te muito, Abbá!

sexta-feira, agosto 17, 2007


Em missão pelo e com o Darfur

“Mas como é que isto ainda é possível em pleno século XXI?” As pessoas que visitaram a exposição sobre o Darfur no Multifestival Gaudeo que decorreu entre 9 e 12 Agosto, em Fátima, deixavam no ar esta questão. De facto, como é que depois de tantas guerras, de tantos erros cometidos ao longo dos séculos, ainda há quem mate porque o outro não é da sua etnia? Infelizmente é o que está a acontecer no Darfur, Sudão. Pior, trata-se de um genocídio que é silenciado. Em Portugal ainda há muitas pessoas que não sabem “o que é” o Dafur, onde fica, o que se passa lá...
No final da exposição todos faziam a mesma perguta: “E agora o que posso fazer?”

Há três passos:

- Assinar a petição para entregar às autoridades potuguesas em http://www.pordarfur.org/ e divugá-la;
- Assinar a petição para entregar à embaixada da China (tem muita influência no Sudão) em http://www.amnistia-internacional.pt/ e divulgá-la;
- Rezar muito por estes nossos irmãos em Cristo.

São três passos que são três gotas. Mas, se não fossem estas gotas, como dizia Madre Teresa de Calcutá, o que seria do oceano?

Mas o Festival não foi apenas a exposição. Foi um encontro de cristãos, com diferentes maneiras de mostrar o seu amor por Deus, mas sem nunca esquecerem que Ele é Pai. Um Pai muito carinhoso, cheio de Amor, Misericórdia e Paciência que nos consola a toda a hora e nos abre os seus braços dizendo:”Vem a Mim! Deixa-me fazer-Te feliz!”

Foram dias muito bons em missão, com muita fé e em oração. Aprendi muito e senti que o Pai me abraçava a cada momento. Não podia deixar de agradecer ao Pai por isso e por me ter dado a companhia da Jacinta, do Nelson, da Renata e da Andreia. Cada um, à sua maneira, mostraram-me o Amor do Pai. Obrigado por tudo. Deus vos abençoe.